I
IDÍLIO VIRGILIANO
Veja só,
Aristeu, as cabras não trotam
Em paz? Beira d´água
O arrozal não assoreou trevoso o leito tranquilo
Do riacho firme?
Dorme, Aristeu, dorme logo
Enquanto Amor não vem cá.
Ele te roubará, Aristeu,
Vinte cabeças do teu gado manso,
Admirável.
ODE GRECO-SERTANEJA
Fiamos, a velha caduca
a femme fatale a psicanalista
e a puta na ponta do fuso,
na agulha da roca, nonada,
no gorgulho do feijão, debaixo
da escada o nó
escabroso, o caroço bruto
que imaginou um dia
a via láctea, a carreira de Tróia
e o polegar
opositor de todos
os mocinhos bonitos das fitas de faroeste,
do fino carpaccio das fábulas.
Fiamos, casamos
e descansamos tirando leite
de pedra, fazendo da mó e dos martelos
corações.
Um comentário:
Belíssimos, caro, dum arrebatamento que se acomoda aos ouvidos às custas duma certa aposta na qualidade da substância do signo, que não decepciona. Mas assusta
Postar um comentário