28 maio 2013

NANOROMANCE

Por Vítor Queiroz

GELO SECO

No dia em que eu espremia o limão cravo, lembrança de arquetípicos samburás... no dia em que eu espremia o limão da antiga fazenda, minha irmã, você fazia aquela cara. A boca torta, um muxoxo. Nunca fui embora, Tatá. Hoje na sala vazia, vendida para a fábrica de gelo junto com o restante da propriedade, não existe mais aquele fruto agridoce. Travoso. Mas atrás da porta eu espero por você. Para sempre? Não, Tatá, essa não é a pergunta certa, a verdadeira. O amor, Tatá, o amor é um menino todo queimado.

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