09 março 2013

Tatá - NOSSO COLUNISTA EMERÍTO!

                                                                            Tatá

D"Os Arquivos Incríveis de João Antônio", via Rafael Noris


 O jornalista e escritor Eustáquio Gomes, ex-coordenador da Assessoria de Comunicação e Imprensa (Ascom) da Unicamp, recebeu em 14 de dezembro o título de Servidor Emérito da Universidade. A cerimônia, presidida pelo reitor Fernando Ferreira Costa, foi realizada na residência do homenageado, em Campinas, na presença de familiares e amigos. Durante a solenidade, Fernando Costa destacou a valiosa contribuição dada por Eustáquio Gomes ao longo da sua trajetória profissional na Unicamp, iniciada em 1982. “É uma justa e merecida homenagem a um dos servidores mais dedicados e comprometidos com a Unicamp”, afirmou o reitor.

A proposta de concessão do título de Servidor Emérito a Eustáquio Gomes foi apresentada pelo próprio Fernando Costa ao Conselho Universitário (Consu), órgão máximo deliberativo da Unicamp, que a aprovou por unanimidade no dia 29 de novembro de 2011. Na oportunidade, diversos conselheiros manifestaram verbalmente apoio à iniciativa. Antes do ex-coordenador da Ascom, somente outros dois funcionários foram contemplados com a mesma láurea: a ex-secretária geral da Universidade, Arlinda Rocha Camargo, e o coordenador da Diretoria Acadêmica (DAC), Antonio Faggiani.

De acordo com Fernando Costa, Eustáquio Gomes sempre soube aliar, no exercício de suas atividades, uma admirável capacidade intelectual ao espírito de serviço, com plena fidelidade à instituição. “Bastariam estas qualidades para credenciá-lo à homenagem, mas destaco, ainda, a integridade, a dedicação e a honestidade como características marcantes de sua personalidade, que extrapolaram, em muito, as tarefas a que estava diretamente ligado na área de comunicação”, completou o reitor.

Segundo Leandro Gomes, filho de Eustáquio, a oportunidade de ter contribuído para o engrandecimento da Unicamp, na condição de coordenador de imprensa, é motivo de muito orgulho e satisfação pessoal para seu pai. “É notória sua admiração pela Unicamp e pelas pessoas que a integram. Ele sempre ressalta o quanto aprendeu com a diversidade de ideias e conhecimentos que circulam no meio universitário e com os quais teve contato ao longo dos anos. Este reconhecimento por parte da instituição à qual consagrou parte significativa da sua vida é uma grande honra para meu pai e nossa família, coroando uma carreira dedicada à divulgação da Universidade e do conhecimento nela produzido”, declarou.

Eustáquio Gomes, que atualmente se recupera de um problema de saúde, implantou e organizou a Ascom na gestão do então reitor José Aristodemo Pinotti. O órgão, comandado por ele de março de 1982 a setembro deste ano, é responsável pela interface entre a Unicamp e a mídia externa. Também responde pela publicação do Jornal da Unicamp  e pela produção de conteúdo noticioso para o Portal da Unicamp. O jornalista e escritor nasceu no povoado de Campo Alegre, no oeste de Minas Gerais, em 1952. Filho de lavradores, contou com a ajuda de amigos para realizar seus primeiros estudos, inicialmente na cidade de Luz (MG) e depois em Assis (SP).

Posteriormente, bacharelou-se em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Mais tarde, tornou-se mestre em Letras pela Unicamp. Sua dissertação teve como tema os modernistas de província. Como jornalista, trabalhou em jornais do interior, principalmente nos diários de Campinas. Atuou, ainda, nas áreas de comunicação das empresas Bosch do Brasil e White Martins. Como colaborador regular do campineiro Correio Popular, publicou cerca de 800 crônicas, além de reportagens especiais, entrevistas culturais e outros textos.
Apesar da importante produção jornalística, Eustáquio Gomes escreveu certa vez em uma crônica, intitulada A harpa e o beijo: “Apesar de tudo nunca fui um grande repórter, talvez nem mesmo um bom repórter. Era dado a divagações e contemplações, esquecia o principal e preferia os temas leves”. Via-se muito mais como escritor, e não por acaso.
Seus primeiros escritos, no formato de crônicas, datam ainda da infância. E foi na condição de escritor que produziu obras de destaque, como o romance A Febre Amorosa, de 1994, possivelmente o seu livro mais conhecido, adaptado posteriormente para o teatro em 1996 e traduzido para o russo em 2005. Ao todo, Eustáquio Gomes produziu 16 livros. Entre eles estão: Cavalo Inundado (poemas, 1975), Mulher que Virou Canoa (contos, 1978), Os Jogos de Junho (novela, 1982), Hemingway: sete encontros com o leão (ensaio biográfico, 1984), Jonas Blau (romance, 1986), Ensaios Mínimos (ensaios, 1988) e Os Rapazes d’a Onda e Outros Rapazes (ensaio, 1992).


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