14 março 2013

SEMENTES



Por Marcelo Finholdt

Era um dia nublado e o passado passava
Entre o hoje e invadia o futuro dos dias
Mesmo assim poesia insistia, queria
Mais do dia, da Lua e do Sol que dourava.

Era um dia insistente, um passado presente
Entre os dias assim: já sem cores, sem tom
Mesmo estranho e sem cor, sem sabor e sem som
Mais do antigo, do velho e do arcaico insistente.

Esse ranço, essa nódoa abraçava a poesia
Mesmo assim pegajosa agradava, enjoava,
Revirava, azedava, espumava, era azia.

Esse nojo, essa caca explodia e rimava
Mesmo assim melecava e lustrava; fedia,
Ressecava, sumia e outro mundo gerava.   

3 comentários:

PROBLEMA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
PROBLEMA disse...

Era um dia insistente, um passado presente
isso resume essa semana para mim

Isabel Furini disse...

Muito instigante o seu poema, Marcelo! E muito denso.

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