06 outubro 2012

CARTOGRAFIA DE AFETOS


                                                                               Por: Paola Benevides

Faria dos mapas astrais um Atlas Geográfico.
E desses horóscopos de jornal, um estudo numismático.
Colecionaria selinhos, marcas de batom em cartas e outros tipos de beijo.
Comporia via satélite a influência da lua em poços do desejo sem moedas. 

Chamaria este poema de: Do amor e outras fossas.
Isto porque as rosas têm exalado muitos outros cheiros.
Pétalas guardadas em livro como borboletas presas pela asa em vidro.
Tiro ao pássaro empalhado para matar a sorte de um vôo, nenhum pio.

Perdi o equilíbrio lendo dentro do ônibus e encontraram meu livro, não eu.
Tudo um estorvo, um breu, agora corvo carrega galho de arruda no bico.
Não acredito em muita coisa, mas agradeço a deus todos os dias.
Suas crias não sabem do mito, não cabem num rito de passagem.

Já fiz altas viagens comportando mais litros de álcool do que lágrimas.
Por um triz, o rato está para cobaia como está a ratoeira para o queijo.
Leis da física não cabem na sua meta, a tísica nunca estará além do corpo.
Reta, quadrada, carente, solteira, feliz. Seu pior sentimento estava morto.


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