29 março 2011

JOSEPH HART VAUDEVILLE - 5


NOS CAPÍTULOS ANTERIORES a trupe do Joseph Hart Vaudeville tomava uma fresca na beira da estrada.

Nuvens ameaçadoras pairavam. Vai chover? as lonas e a possível apresentação dos histriões ficará comprometida? Boatos e risos de escárnio passavam de boca em boca: um anão e um pianista foram surpreendidos fofocando sobre o casamento e a conduta moral de seu patrão, Sr. Joseph.

E mais, não sabemos, se este e sua esposa teriam assassinado o velho proprietário Giacomo. Masenfim tudo está pronto, tudo anuncia...


Capítulo VIII

A MERDA

ou

O PRÍNCIPIO DO FIM


Jamais [ ................. 17pt. ] tudo & nada está pronto. Raios trovões projéteis. Veja só, Maria Amélia, estrangula a merda a merda. O quê? nossa garganta.

Mãos do pianista negro [ .... 4pt. ] pra que? de que adianta? você está vendo? Beletrar, anunciar, fazer e acontecer, intelligere. Bem pouco.

Pra que ler entra as linhas, pra que buscar a poltrona e o copo d´água.? Veja bem, a podridão está aí. Lona aberta, palma da mão fechada. Os ossos do pianista estão aqui. Clavícula, clavícula. Pela estrada afora.

Qualé a crueldade das palavras? Veja, Maria Amélia, o revólver sempre esteve engatilhado. Cai o pano. O palco, todavia, ainda está lá.

Nuvem? Mas borrasca não está no vento. Qué que as asas dos pássaros têm a acrescentar a este férreo parágrafo? Na beira da estrada [ .............. 14pt. ] não há nada. Prontofalei. Não há pedra que baste. Não há mais nada. Qué, Joseph Hart, que anuncia o bico do garnizé?



O ódio.


Redes de intriga tecidas com agulhas de osso e balas de latão. Não há prata num vaudeville tão, nas rodas dessas carroças tão, numa vida tão curta. Nessa vida de merda. Chove, Maria Amélia. Chove. Nessa vida de merda.

Não, não vou terminar tão cedo. Veja, tudo o que os bufos têm: enredos, rins, ampulhetas. Encharcados. O anão e o pianista sacudiram a poeira das mangas. Achtung! Nos tacões da bota do patrão caíram as primeiras gotas de chuva.

Que merda! gritou Bia Havel. Vamos ter que arranchar no posto, hein? Que merda.

Lonas dobradas, ferida a linha fina. Para cá, uma navalha cortou metade do quadro. Que metade? Nada, ainda estamos bem longe do tiro. O urubu voa alto. Para que serve, então, o bico dos pássaros?

Bem no meio do quatro, a linha fina. Metades que não são metades opostas. Falar, O´Brien, é acumular escombros. Achtung! Vai chover. Chove. Choveu. Quando, entretanto. Chove ainda. Urubu na frincha da carniça. Espoleta e pólvora.

Nebertheless. Na beira da estrada [ ........................... 27pt. ] não há ralo algum. Para onde as baratas fogem então, porra?

... e agora? os saltimbancos chegãro ao posto de gasolina antes do anoitecer? e quando o ódio finalmente sair dos bueiros e do cano dos revólveres? quem vai limpar a merda?

Quem varrerá os nossos ossos do chão?


NÃO PERCA, NA TERÇA-FEIRA, DIA 12/05 LIBERTE SEUS ESCRAVOS COM ANTECEDÊNCIA E CONFIRA O PRÓXIMO CAPÍTULO DO NOSSO FOLHETIM...



Nota Grafológica

[ .... 4pt. ] e quetais = Pausas, my dear. Espere 4 segundinhos, tome um gole de café e volte à página.




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