28 março 2011

CISCO



Aqueles grandes olhos viram
e voltaram suas pupilas
rentes às pálpebras,
roçando os cílios
uns nos outros.

A íris redonda
do aro saltada e o
Cisco, oportunista, pousa
e para na borda da vista bonita
que aqueles olhos viram grande.

Enquanto dava volta
soergueu as sobrancelhas
e do nada, pára e olha.
Segue fixo e seco nos cantos
olhando ao lado a mancha
embaçada.

Leva as mãos à testa,
tapa firme e solta.
Deixa a fresta que o delata
nem nota, pisca,
e, novamente, pisca.

Fechado ele era ainda
e nem sempre isso ele era,
era às vezes.
Não dizia nada
devido ao sentido
que não era dele,
mas das palavras.

Assistia atento
os lábios da boca.
Lacrimejava salgado,
engolia seco,
molhava as mãos,
empoçados nas palmas.

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