Ao minicontista d’O Livro dos Abraços” – Eduardo Galeano
Por Marco A. de Araújo Bueno
- “Ai-ai, assim não; assim dói!” Com resoluta prudência, épica, assim resmungava o Louco de Minas, enquanto arrochava o varalzinho de arame farpado que enlaçara ao próprio pescoço, bem defronte àqueles que o pegassem numa traquinagem. E a quem, cinicamente épico, asseverava: -“Não precisa me bater, pois eu vou é me matar!”. Assim, meio cantado, inibia a retaliação presumida de seus algozes. Loucos e algozes, desde o XVII – historicamente enlaçados Assim, a cada episódio, o Louco de Minas transubstanciava a perspectiva de um castigo banal em micro espetáculo suburbano; medieval...
2 comentários:
Marco, valeu. Linguagem pensada, escolhida,equilibrada, valorizando o personagem, a situação. Parabens.
Gosto tanto do que escreve que nem sei o q falar!
Karoline Nogueira, pelo Facebook
Postar um comentário