02 setembro 2010

Soneto L

Somos o que sabemos, não o que temos.

Por Marcelo Finholdt

Vem o homem convicto a ganhar e nos diz:
- Qual é mesmo teu nome? Ah, me diga quem és.
Não me venhas dizer que és mais um dos Josés,
Ou então pobre ser sem sequer diretriz!

- Fale logo se tens muitas posses, matriz,
Qual é teu sobrenome, o que tens sob os pés?
Não me diga que tens toda a vida ao revés,
Ou então que és um ser sem nenhum chamariz.

Vem o homem convicto a ganhar e nos fala:
- Com quem andas ou vais? Qual é então teu destino?
Falo agora contigo, ou com algo que cala?

Nada tens para ser assim tão cristalino,
Reluzente a sorrir, mesmo aqui nesta vala,
Nada fala e nem só me revela o divino.

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