24 julho 2010

Das (in)definições do amor


Por Paola Benevides

O Amor não é corpo bonito, é roto, vesgo e flácido.
É a nesga de um pedaço mal roído por barata. A casca da mais sã.
O Amor é tecido gasto daqueles vestidos floridos de gorda.
É arrancado nariz de palhaço com seu humor vendido.
O Amor não sabe quando existe, mas está sempre ocupando.
Linha telefônica. Entrelinha de livros.
O Amor não é livre, é deliberado, delivery very much.
A pronta-entrega na porta do outro. Batidas.
O ovo na cara, a vaia de duas mil pessoas ante uma obra de arte.
O Amor é alarde, não é suplício, embora pereça.
Parece que arde. Um bocado de guerra.
Mas no final de tudo nem é isso.

3 comentários:

Cecilia disse...

De quem é essa poesia que fala das indefinições do amor?

Rafael Noris disse...

Acabei de arrumar, Cecília, o poema estava indefinido como o amor, mas é da Paola. Que belo poema!

Abraços!

Unknown disse...

Muito obrigada, Rafa! Pelo conserto da minha pressa e pela beleza elogiada. Um chá de abraço!

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